CARTILHA DE REDAÇÃO
“A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra escrita é um fenômeno cultural.”
(Fernando Pessoa)
Podemos considerar como válidas as palavras de Pessoa, apesar de a fala ser também um fenômeno social, pois aprendemos a falar porque estamos inseridos num grupo social. Afinal, ninguém nos “ensinou” a falar português, mas tivemos de estudar para aprender a escrever.
Esta pequena Cartilha de Redação não tem a pretensão de ensiná-los a escrever, mas auxiliá-los a redigir com segurança nos quesitos que impõem as bancas examinadoras dos principais concursos vestibulares do país.
Também pretendemos, com este trabalho, orientá-los sobre a forma como deverão ler e entender as intervenções e correções de suas redações, bem como saber de que modo devem proceder após o recebimento de seus textos corrigidos.
Esperamos que, dessa forma, você apresente melhor desempenho em habilidade redatora. Bom trabalho.
Grupo Vertex LTDA / Redação Corrigida
Esclarecendo dúvidas pontuais
1.1 – O título
O título deve ser centralizado, contendo poucas palavras, preferencialmente, frases nominais que antecipem a tese.
Tenha a certeza de que seu título será esclarecido no corpo do texto.
Somente a primeira palavra do título deve ser grafada com letra maiúscula, salvo os nomes próprios.
Apesar de pouco usual, seu título pode ser uma pergunta ou até mesmo conter um verbo, desde que seja absolutamente necessário para o entendimento da composição.
Evite pular linha entre o título e o início do texto.
1.2 – A letra
Escreva com letra legível, pois os avaliadores não têm tempo para decifrar seu texto.
A letra pode ser cursiva ou de forma. A única banca que NÃO ACEITA letra de forma é a da Marinha.
Se redigir com letra de forma, diferencie bem as letras maiúsculas das minúsculas.
1.3 – O uso de pessoas gramaticais
Cuidado para não misturar pessoas gramaticais no texto. Se decidir usar a terceira pessoa, proceda assim o texto todo. Caso opte pela primeira pessoa do plural, mantenha também essa escolha.
A opção pelo ponto de vista adotado no texto, pelo aluno, dependerá da proposta de escrita que se apresente na prova.
Se a proposta sugere uma visão objetiva do tema, é mais adequado que se opte pela terceira pessoa (“As autoridades...”), pela indeterminação do sujeito (“Permitiram que...”), pela voz passiva sem referência ao agente (“Diz-se que...”, “Tudo foi planejado...”) – afastando a responsabilidade do que se diz do autor do texto –, ou pela primeira pessoa do plural (“Acreditamos que...”) – dividindo-se a responsabilidade do que se diz com a coletividade, como se o dito representasse o pensamento da maioria).